Miranda do Corvo
Este é um mosteiro antigo ligado aos primórdios da história de Portugal, sendo referenciado documentalmente desde 1154. A edificação foi atribuída aos irmãos Anaia, nomeadamente a João e Martim Anaia e destinava-se a acolher monges beneditinos. Em 1183 foi uma neta de Martim Anaia instituiu aqui um convento feminino, sendo por isso extinta a casa masculina.
Não se conhece hoje qualquer elemento desse edifício primitivo, sendo que a construção mais antiga é o claustro inferior, já do século XVI.
Isso pode ser explicado pelo grande incêndio de 1664 que destruiu quase por completo o edifício, a que se seguiu uma ampla renovação do conjunto monástico.
O conjunto arquitetónico é simples e equilibrado. Destaca-se a fachada da igreja, concluída em 1697, com porta barroca. A igreja, que é igualmente igreja paroquial de Semide, tem uma única nave, com capela-mor e coro em cada uma das extremidades. Tem algumas particularidades interessantes: o órgão de tubos (século XVIII), atribuído ao organeiro Machado de Cerveira; os azulejos do século XVIII que revestem o corpo da igreja, o coro e o claustro; a capela-mor, com teto de caixotões representando cenas da vida de São Bento; o retábulo-mor de talha dourada com as imagens de São Bento e Santa Escolástica.
(Classificado como IIP – Imóvel de Interesse Público)