Mortágua - Dulce de Aragão
O Santuário de Nossa Senhora do Carmo, em ruínas, encontra-se num local ermo, embora visível, que remete para atividades de recolhimento e contemplação. As ruínas que hoje podemos visitar são de um mosteiro que o pároco da Marmeleira, Sebastião do Monte Calvário, quis fundar, por volta do ano de 1600. Consagrado a nossa Senhora do Carmo, o edifício destinava-se a um mosteiro para religiosas carmelitas.
O padre empenhou toda a sua fortuna na construção de algumas casas que ainda hoje podem ser vistas a noroeste do povoado.
A precisar de rendimentos para o sustento do mosteiro, o pároco pretendeu usar as rendas da igreja matriz. Porém, o donatário da vila, D. Sancho de Noronha – 6.º conde de Odemira – que tinha o padroado da igreja, opôs-se terminantemente a tal desejo. Perante isto, Sebastião do Monte Calvário lembrou-se de instituir uma irmandade para subvencionar as despesas do mosteiro, conseguindo reunir rapidamente um grande número de irmãos. Esta irmandade, com propósitos piedosos e de caridade, poderá explicar o outro nome dado à povoação da Marmeleira: Vila da Irmânia.