
Vila Nova de Poiares - D. Maria II
A hoje designada Freguesia da Arrifana, pode percorrer-se com início na povoação do Louredo, junto ao Rio Mondego, onde outrora existia um porto fluvial – Porto de Lourêdo – e atualmente se vislumbra o “Louredo Natura Parque”. O Parque de Merendas do Louredo, “paredes meias” com o Rio Mondego e com a Serra do Carvalho, perfila-se naturalmente como a grande paisagem natural para usufruir e valorizar os recursos naturais.
Aqui se vivenciam as margens do rio pertencentes ao Concelho que garantem simultaneamente a prática de banhos, o contacto com a fauna e flora locais, bem como outras atividades de lazer e aventura que aproveitam os recursos das serras e das águas, bem como os bons acessos rodoviários.
A Serra do Carvalho constitui-se como uma das unidades territoriais paisagísticas e destaca-se do restante território concelhio pelos valores altimétricos registados – variando entre os 200 e os 458 m –, e também por se tratar de um complexo xisto-grauváquico. No cume da Serra, erguem-se um cruzeiro, uma pequena capela em honra de Nossa Senhora do Ar e uma grande cruz calcetada em pedra branca que se avista dos céus. Tais símbolos, a par de um outro, o Monumento “Voo dos Anjos”, na Vila, foram construídos para evocar aquele que ainda hoje é o mais trágico e lamentável acidente da história da aviação militar portuguesa, que ocorreu em 1955 e vitimou 8 pilotos da Força Aérea Portuguesa.
É na encosta da Serra do Carvalho voltada a Nordeste e com bastante declive, que florescem pequenas aldeias que ladeiam a Serra e o Rio Mondego que corre no fundo do vale. Para o lado oposto, à chegada ao vale, entre terras férteis e a passagem da ribeira de Poiares, corrente até ao Rio, podemos encontrar a Igreja de Santa Maria. Trata-se de um edifício remodelado na transição dos séculos XVIII e XIX, sabendo-se, no entanto, que, já no século XVI, a povoação possuía Igreja e era centro administrativo das “Terras de Poyares”. A frontaria e a torre, que se levanta à esquerda, estão concatenadas pelos elementos arquitetónicos. Os cunhais unem-se na frontaria por um entablamento direito que se continua na torre, completando o corpo principal.
A linha da empena é rematada de frontão triangular. No edifício destaca-se ainda a porta de verga curva e de frontão. A Igreja tem três altares. O principal, de talha dourada, datado do primeiro terço do séc. XVIII, mostra a cada lado do amplo Trono duas colunas salomónicas, cavando-se um nicho entre cada par. No fecho do arco encontra-se um escudo na mesma talha: partido (dividido), à esquerda, as armas de Portugal, à direita, a insígnia da Universidade de Coimbra. Aqui se entrecruzavam as estradas vindas de Louredo, Lorvão e Penacova, do Carvalho, de Ceira e Coimbra, assim como de Torres do Mondego. Ponto de passagem histórico, Santa Maria tem traçados da estrada Romana, da estrada Real, da Estrada Nacional 2 – N2 – (ao tempo do Estado Novo) e foi o local da Albergaria de Poiares, grande testemunho nestes povoados de passagem e circulação de mercadorias, pessoas e de peregrinos.