Mira - D. Luísa de Gusmão
Em 1690, cerca de um quarto de século depois da morte de D. Luísa de Gusmão, o bispo D. João de Melo deu ordens para a construção da igreja de São Tomé, matriz de Mira. O edifício conta com alguns elementos mais tardios, já do século XIX, como as janelas e a empena angular da frontaria, bem como parte da torre sineira que se ergue à direita. No exterior, a igreja caracteriza-se por um relativo despojamento, onde o principal destaque vai para o nicho que, na fachada principal, exibe uma escultura do Padre Eterno, que era parte de uma representação da Santíssima Trindade.
Em franco contraste, o interior da igreja apresenta uma riqueza decorativa que resume a exuberância barroca e rococó. Para a criação desse efeito foram essenciais: os trabalhos em talha dourada (séculos XVII-XVIII) no retábulo principal, bem como nos altares colaterais e das capelas laterais; as pinturas setecentistas que cobrem os tetos de madeira da nave; a presença de várias imagens (séculos XV a XVIII), com destaque para uma escultura de São Tomé e outra de São Pedro; o revestimento de azulejos, com as cenas da Paixão de Cristo (nas paredes da nave), da Última Ceia e alguns episódios marianos (na Capela de Nossa Senhora de Fátima).
(Classificado como IIP – Imóvel de Interesse Público)