Montemor-o-Velho - D. Teresa
O Castelo de Montemor-o-Velho ergue-se, dominante, sobre a paisagem do Baixo Mondego. Tem uma planta ovalada irregular, formada pela junção do castelejo original ao qual foi adicionada uma torre de menagem, com um amplo recinto muralhado, onde se erguem várias torres. Há ainda uma extensa barbacã, construída para dificultar a aproximação do inimigo. No interior da cerca conservam-se ainda os paços e a igreja, fundada no tempo de D. Sesnando, mas remodelada no século XVI.
Localizado em terras sucessivamente ocupadas desde a época romana, as primeiras referências documentais à povoação e ao castelo datam de 990. Logo no ano seguinte, al-Mansur conquista Montemor-o-Velho e manda construir uma fortificação com mesquita. A partir daí, o território torna-se palco de acesas e sucessivas disputas entre muçulmanos e cristãos. Montemor só passa em definitivo para as mãos dos cristãos depois da conquista de Coimbra por Fernando Magno (1064).
Este entrega o domínio militar da região a D. Sesnando Davides, um moçárabe que fica responsável pela defesa e reorganização do território, construindo e reconstruindo diversas fortificações. O castelo de Montemor-o-Velho passa assim a integrar uma linha defensiva que assegurava a defesa de Coimbra e torna-se na principal fortaleza do Baixo Mondego, por ser um importante porto, já que o rio Mondego servia de fronteira entre o norte, sob governação cristã e o sul, sob domínio muçulmano. D. Sancho I, o segundo rei de Portugal, deixou Montemor-o-Velho em testamento a D. Teresa sua filha, o que veio a provocar uma longa disputa entre esta e o irmão, D. Afonso II. O castelo continuou a ser objeto de contendas nos séculos seguintes.
(Classificado como MN – Monumento Nacional)