Vila Nova de Poiares - D. Maria II
Os Paços do Concelho são provavelmente o imóvel mais emblemático de todo o Concelho, funcionando como símbolo da autonomia municipal, conquistada em 1836 durante o reinado de D. Maria II. A primeira pedra deste edifício foi colocada em 1866 e a sua construção arrastou-se ainda por vários anos. O projeto inicial esteve a cargo de José Carlos de Lara Everard, um engenheiro militar que acompanhava as obras da futura “estrada das Beiras”.
A estrutura, de dois pisos demarcados por cantarias, foi projetada numa linguagem neoclássica e, no conjunto, afirma-se o frontão triangular com as armas do rei D. Luís, o monarca reinante ao tempo da sua construção.
A fachada é rasgada por várias portas e janelas, em igual número por piso. Na década de 1950, o edifício sofreu obras profundas que o descaracterizaram, mas a construção do Jardim do Município, em 1957 – um dos grandes espaços públicos do Concelho – acentuou ainda mais a centralidade dos Paços do Concelho. Junto aos Paços do Concelho e ao Jardim Municipal, ergue-se a Igreja Matriz de Poiares. Santo André de Poyares (como era nomeado no século XVII) ter-se-á desenvolvido graças à presença de uma albergaria e de terras férteis, correspondentes à Ervideira, Sobreiro, Oliveira e Casais, crendo-se que a fixação de pessoas se terá intensificado a partir de 1640, por causa de um padre que, cansado do barulho da feira junto à Igreja de Santa Maria da Arrifana, expulsou os feirantes daquele lugar, o que resultou na transferência da feira semanal para Santo André de Poiares. Cerca de cem anos depois deste acontecimento (e cerca de 100 anos antes da criação do Concelho de Poiares), teve início a construção desta igreja, localizada em pleno centro histórico.
O seu aspeto já não é o original, remontando sobretudo a obras realizadas no século XIX. Trata-se de um templo simples de uma nave, tendo como principal destaque na sua fachada o frontão curvo que encima o portal principal, de vão retangular. A torre sineira ergue-se à direita e ostenta a data de 1744 inscrita num relógio de sol. No interior encontram-se alguns elementos de interesse, tal como o altar-mor do Séc. XVII, que terá sido transferido de um templo de Lisboa após o Terramoto de 1755, uma custódia e um cálice de prata, ambos também do século XVII, ou um mausoléu que possui no seu interior, em forma de estela neoclássica, dedicado ao Humanista José Vicente Gomas de Moura, falecido em 1854.