Cantanhede
Crê-se ter sido por volta do ano de 1530 que D. Jorge de Meneses, 4.º Senhor de Cantanhede, mandou construir para sua sepultura, a Capela de Nossa Senhora da Misericórdia, na Quinta da Várzea
De estrutura construtiva modesta, de grande simplicidade decorativa no exterior, a pequena ermida resguarda no seu interior, um retábulo considerado uma das mais belas obras da renascença coimbrã.
O retábulo, lavrado em pedra de Ançã, representa a Senhora da Misericórdia, cujo manto, segurado por dois anjos, abriga os altos representantes do clero e da nobreza. A minúcia e a preciosidade desta obra atribuída a João de Ruão levaram o mestre António Augusto Gonçalves a considerá-la “uma peça magistral e grandiosa, de uma perfeição inexcedível e de uma integridade completa” e as esculturas da predela “de uma espiritualidade tocante”.
O painel central, entre colunas de balaústres e pilastras decoradas que sustentam o entablamento com as armas dos Meneses, assenta sobre uma predela de cinco edículas, ocupadas por quatro santas e a Virgem, que são, segundo os letreiros que as acompanham: Santa Bárbara, Santa Catarina, Santa Úrsula e Santa Apolónia.
A campa rasa do fundador, que se encontra no solo da capela-mor, apresenta a seguinte inscrição:
AQVI IAZ DOM JORGE DE MENESES
SENOR DA VILLA DE CANTANHEDE
FALECEO EM SVA VILLA DE TANQVOS
O PRIMEIRO DIA DE MARÇO DE 1532
Foi decretado Monumento Nacional a 16 de junho de 1910, em virtude do seu grande valor patrimonial, decorrente sobretudo do precioso retábulo na capela-mor.
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Varziela, Cantanhede
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