Cantanhede - Inês de Castro
Painel de Azulejos da Escola Conde Ferreira alusivo à “Declaração Pública: D. Pedro I torna público o seu casamento com D. Inês de Castro, em Cantanhede”
A declaração que D. Pedro fez em Cantanhede, tornando público o seu casamento com Inês de Castro, foi um momento solene que dignificou a relação entre os dois.
Em junho de 1360, de acordo com Fernão Lopes (Crónica de D. Pedro), estava o rei em Cantanhede, rodeado dos seus privados e de outros elementos da alta nobreza, quando mandou chamar um tabelião. Perante todos, D. Pedro jurou pelos evangelhos que há alguns anos atrás, provavelmente sete (o rei já não se lembrava bem), tinha casado com D. Inês de Castro na cidade de Bragança.
O casamento secreto teve como testemunhas D. Gil, bispo da Guarda (no momento do casamento era apenas Deão) e Estêvão Lobato, criado do rei. As testemunhas confirmaram o acontecido e Estêvão Lobato revelou ter o casamento acontecido no dia 1 de janeiro: “podia haver sete anos, pouco mais ou menos”. Esse acontecimento histórico ficou eternizado em Cantanhede, no painel de azulejos que se encontra na parede lateral da escola Conde Ferreira. Aí podemos ver o tabelião a registar laboriosamente o juramento que o rei está a prestar. Mais ao fundo, a assistir à ocasião, está um grande número de testemunhas, algumas das quais não conseguem disfarçar a surpresa.