Mata Nacional do Bussaco

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Mealhada - Amélia de Orleães

Os últimos elementos da família real portuguesa, incluindo D. Amélia, manifestaram grande carinho pela Mata Nacional do Bussaco e visitaram-na várias vezes. D. Manuel, por exemplo, esteve no Bussaco dias antes da revolução republicana. A envolvência natural e o romantismo da paisagem, com um povoamento florestal luxuriante (com flora nativa e aclimatada) e um complexo eremítico abandonado, atraíram o espírito ilustrado da realeza.

Séculos antes, já os carmelitas descalços da província de Portugal tinham-se interessado por este lugar ermo e instalaram aqui um “deserto”, ou seja, uma casa de retiro e penitência.

O legado destes religiosos é ainda bem percetível, por exemplo, no que resta do Convento de Santa Cruz, nas 20 capelas dos passos da via-sacra, nos 11 eremitérios, nas capelas votivas, cruzeiros ou fontes. Os desertos carmelitas estavam interditos a mulheres, sob pena de excomunhão. Mas, os recantos tão afamados do Bussaco não despertavam apenas a curiosidade das plebeias: já em 1693, D. Catarina de Bragança (rainha consorte de Inglaterra – viúva de Carlos II e responsável pela introdução do chá e dos talheres no Reino Unido) tinha manifestado vontade de conhecer a Mata, pelo que foi aberta na cerca uma porta para o efeito, que ficou conhecida como Porta da Rainha.

Essa visita acabou por não se realizar e a primeira rainha a entrar por essa porta foi D. Maria II, em 1852, já depois da extinção das Ordens Religiosas em Portugal (1834). Associado para sempre à Mata está ainda o desterro, por ordem do Marquês de Pombal, a que foram sujeitos os “Meninos da Palhavã”, filhos bastardos do rei João V, entre 1760 e 1777 (ano da morte do rei D. José).