Mira - D. Luísa de Gusmão
O concelho de Mira ostenta, ainda hoje, sinais de um modo de vida tradicional, alguns dos quais eram contemporâneos do tempo em que a vila e o seu termo estavam integrados na Casa das Rainhas. Neste sentido, aconselhamos uma visita ao Museu do Território da Gândara, cuja exposição permanente permite perceber a evolução do território, através de um conjunto de importantes achados arqueológicos e, por outro, conhecer alguns dos aspetos etnográficos e culturais mais identificativos da região tais como: a arte xávega, a arquitetura (palheiros e casa gandaresa) ou os moinhos de água.
A arte xávega é uma forma de pesca de arrasto tradicional.A diferença da arte xávega dos dias de hoje em relação a outros tempos é que os barcos são puxados para terra com ajuda de tratores, enquanto antigamente eram puxados por uma junta de bois.
Sardinha e carapau são as espécies dominantes, mas há outras. Já em terra o peixe segue para a lota para ser leiloado, mas nos meses de verão, quando a praia está cheia de gente é ali mesmo, no areal, que são vendidos os primeiros cabazes aos banhistas que querem comprar o peixe acabado de pescar A casa gandaresa caracteriza-se por ser uma casa de pátio fechado, construída de adobes, com fachada formada por uma porta e duas janelas e um portão largo para passagem do carro de bois. Os moinhos de água – de rodízio horizontal – encontram-se espalhados ao longo da Pista Ciclopedonal e eram essenciais para a economia local. Alguns eram construídos de madeira, como os palheiros, outros de adobe, semelhantes às casas gandaresas.