A Villa do Rabaçal

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Penela - D. Maria de Portugal

O povoamento do território que constitui hoje o concelho de Penela é muito anterior à construção do castelo. A antiga villa do Rabaçal remonta aos tempos da ocupação romana e é um ótimo exemplo dessa realidade.
Uma villa rustica era constituída por um edifício principal que servia de residência senhorial, habitações dos trabalhadores rurais e todas as estruturas e equipamentos necessários ao funcionamento da exploração (estábulos, lagares, forjas), mas também ao ócio (como, por exemplo, o balneário).

As ruínas ainda hoje permitem observar a olho nu o que era a “residência nobre” da villa do Rabaçal: a espraiar-se por um retângulo com cerca de 40 metros de largura por 250 de comprimento, a “residência nobre” apresenta planta radial, composta por peristilo (claustro) central octogonal e construções adjacentes. Para a maioria dos visitantes, os pavimentos em mosaico são a parte mais interessante do complexo. De facto, apesar dos séculos de enterramento, várias secções ainda estão em bom estado de conservação, revelando vários motivos decorativos e mais de uma dezena de cores e cambiantes. A influência de estilos e técnicas orientais é inegável. A representação de espécies botânicas, animais terrestres e marinhos, bem como objetos vários, cria um efeito quase cinemático. As figuras mais conhecidas encontram-se nas áreas nobres da casa, em especial no corredor Oeste e no triclinium: aí pontificam as famosas figuras das Estações do Ano, do Auriga e a figura de Ceres.

Situado a meio caminho entre a pars urbana e a pars rustica, está o balneário da villa do Rabaçal, que ocupa uma área retangular medindo cerca de 10×20 metros. A parte rústica da villa situa-se a norte da residência principal, logo a seguir ao balneário e também está no exterior do recinto visitável.

Depois da queda do império romano, segundo o arqueólogo Miguel Pessoa, é possível que a villa ainda tenha “servido de residência a dignitários do reino suévico no século V e VI”. Porém, com o tempo acabou por cair em ruína e esquecimento, sendo que, durante algum tempo, no século XVI, ainda chegou a ser usada como cemitério.

(Classificado como SIP – Sítio de Interesse Público)