Vila Nova de Poiares – D. Maria II

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D. Maria II e a criação do Concelho de Vila Nova de Poiares

D. Maria II nasceu no Rio de Janeiro, em 1819. Tinha apenas 15 anos quando subiu ao trono em setembro de 1834, no final da guerra civil entre liberais e absolutistas, reconhecendo-se como a primeira rainha constitucional do país. O reino estava devastado e a luta (por vezes violenta) entre as várias fações políticas foi uma constante durante o seu reinado, embora algumas reformas tenham provocado efeitos duradouros. Um desses casos foi a reforma territorial dos Concelhos, vertida no decreto de 6 de novembro de 1836. 

Esse decreto foi o responsável pela diminuição global do número de Concelhos no país e elevou Vila Nova de Poiares a Concelho, com a designação de Santo André de Poiares (uma unidade que incluía Freguesias que hoje pertencem a concelhos limítrofes, como FriúmesSemide e Serpins). É durante o reinado de D. Maria II que se inaugura o Teatro de D. Maria, em Lisboa, no local do antigo palácio da Inquisição, e é aberto ao público o Jardim da Estrela.

Intimamente ligada à educação, à cultura e às artes, é igualmente sob a sua égide que se operou uma importante reforma no ensino em Portugal: inauguração de escolas de ensino primário, secundário e superior e que se reformaram a Universidade de Coimbra e a Academia Real das Ciências, tal como se criaram as Escolas Politécnica e Médico-cirúrgicas de Lisboa e do Porto, o Conservatório das Artes e Ofícios, as escolas industriais, escolas e institutos agrícolas, e liceus nos diversos distritos do reino. D. Maria II leva também muito a sério as questões da mobilidade e, durante o seu reinado, há um grande investimento no melhoramento e construção de novas estradas por todo o reino, tendo igualmente dado início ao primeiro caminho-de-ferro de Portugal: de Lisboa a Badajoz, passando por Santarém.

A nível pessoal, depois da repentina morte do seu primeiro marido Augusto de Beauharnais, D. Maria II casou-se em segundas núpcias com o príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, tendo resultado em onze filhos, dos quais sete sobreviveram. Entre estes, estavam os futuros reis D. Pedro V e D. Luís. Em 1853, durante o seu décimo primeiro parto, D. Maria II morreu. Durante o funeral da rainha conta-se que terá ocorrido um incidente interessante e que produziu uma impressão profunda nos que o observaram: uma pomba poisou no coche que transportava o real cadáver e, por muito tempo, ali se conservou. Esta ocorrência terá mesmo inspirado o grande poeta João de Lemos a produzir uma formosa poesia intitulada O Funeral e a Pomba.

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