Embora longa, esta etapa é constante na altimetria. Depois de retemperar energias no Bofinho, cuja unidade de alojamento resulta da requalificação da antiga escola primária da aldeia, é altura de partir à descoberta do emblemático “Olho do Tordo”, uma nascente de água que brota de um poço profundo, transformando-se numa ribeira pintada de branco na primavera, pe- las flores do agrião… Esta ressurgência é um fenómeno geológico próprio das zonas calcárias, surgindo a água aquando da subida dos níveis freáticos.
Este local, para além da riqueza ao nível do património industrial, presente nos antigos moinhos de água, apresenta vestígios da presença humana desde a pré-história. Entre o Bofinho e Pelmá, cruzamos carvalhos, vinhas, olivais, campos de lapiás e cultivos de chícharo, a leguminosa da qual Alvaiázere se intitula capital! A entrada no concelho de Ourém faz-se através da Freixianda, cuja igreja matriz, em honra de Nossa Senhora da Purificação, merece visita. Nesta Rota Carmelita, aprecie a tela de Santa Teresa de Ávila, responsável pela reforma desta Ordem em 1562, e parta à descoberta dos seus textos admiráveis. Já se respira Fátima neste último fôlego da caminhada… Até alcançar Seiça, a paisagem é pautada pela vinha medieval de Ourém, cuja origem remonta à fundação de Portugal e ao tempo em que D. Afonso Henriques cedeu terras aos Monges de Cister para cultivo. Na produção do vinho imperam técnicas ancestrais. A vindima das uvas das castas Fernão Pires (mosto branco) e Trincadeira (mosto tinto) é feita exclusivamente à mão. Delicie-se com este néctar. Entre os povoados que atravessamos, nesta zona de transição entre o Maciço Calcário de Sicó-Alvaiázere e o Maciço Calcário Estremenho, visite a igreja matriz de Rio de Couros e Caxarias, com o seu Largo abençoado por São Bartolomeu. A sua feira anual de agosto, conhecida como“Feira das Panelas”, é uma das mais antigas do concelho de Ourém.